segunda-feira, 2 de abril de 2012

Falsete

Two man dancing at a drag ball. ARBUS, D. 1970.

Ela passeia por estradas que já conheceu
desejando sentir o perfume que já foi seu
sorri em volta 
esperando de volta
um sorriso que nunca deu.

Sinceridade é moeda rara 
e ela não possui
acredita-se revolucionária
mas em duas tardes
a imagem rui:

Solitária 
pós-moderna
líquida e incerta.

Não tenho surpresa nem alegria
quando de novo o meu quintal visita
essa que fora uma promessa bonita  
revelada agora
só uma sombra vazia. 

4 comentários:

  1. cada sombra
    na noite vadia
    contorce uma imagem
    produz outra via, outra
    paisagem

    te vejo por entre nesgas
    dessas mesmas
    ou de outras paragens

    volta pra mim?
    por que deixar a mente vagando,
    tão imperiosa,
    assim?

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  2. tanto que tu te aprumas
    nessa nossa imensa lavra
    que fico inerme
    sem nova e fresca palavra!

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  3. E a sem talento poético só pode dizer, às duas: Bravo.

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  4. Que mal há num poema a três?
    Que se faça a conta outra vez
    E possamos mergulhar no lirismo
    De cada um ao molho pardo
    Não demorem que já me ardo
    De vontade de dizer dubiamente
    O que nossa poesia é completamente
    Sigamos caindo
    Os lábios rachados
    E úmidos do mar que somos
    Na contradição que amamos
    Em cada falsete de cavalgada
    Em nota musical alucinada
    Que buscamos no infinito
    A três é mais bonito

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