misturo cores
de horror
a notas
saborosas e fartas
de amor
as horas são forcas
as forças são parcas
espremo o coração
viro licor
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
domingo, 30 de outubro de 2011
meu sumiço
andei calada
coração na garganta
garganta fechada
andei doida
doída
de ódio e tédio
já em cacos
definitivamente implodida
volto às palavras
e à vida.
coração na garganta
garganta fechada
andei doida
doída
de ódio e tédio
já em cacos
definitivamente implodida
volto às palavras
e à vida.
sábado, 22 de outubro de 2011
dos sentidos da morte e vida*
quando eu morri
há um ano atrás
não sabia de nada mais.
vi o melhor de mim se esvair
vi o melhor de mim se enterrar
vi o melhor de mim desaparecer
e fiquei comigo uma pedra enorme
num sapato de andar milhas.
quando eu morri, há um ano atrás,
enterrei maravilhas.
uma vida inteira de poesia e verso
um universo de fazer-se e refazer-se na troca com o outro
a tocar no eterno...
quando eu morri, há um ano atrás,
reconheci o inferno
a realidade do astronauta,
o nada, o nada
eu era
sem companhia, sem reflexo.
como se irrompesse de minha mãe pela segunda vez,
há um ano atrás
violenta e viva
eu explodia e era a solidão
renascida em estado bruto, puro e original
então saudei ao mundo
com meu choro e a dor aguda
de quem renascia
e, de novo,
nada mais compreendia.
* Para Vavá que me fez crer, por dezesseis anos, que eu não estava perdida no espaço...
há um ano atrás
não sabia de nada mais.
vi o melhor de mim se esvair
vi o melhor de mim se enterrar
vi o melhor de mim desaparecer
e fiquei comigo uma pedra enorme
num sapato de andar milhas.
quando eu morri, há um ano atrás,
enterrei maravilhas.
uma vida inteira de poesia e verso
um universo de fazer-se e refazer-se na troca com o outro
a tocar no eterno...
quando eu morri, há um ano atrás,
reconheci o inferno
a realidade do astronauta,
o nada, o nada
eu era
sem companhia, sem reflexo.
como se irrompesse de minha mãe pela segunda vez,
há um ano atrás
violenta e viva
eu explodia e era a solidão
renascida em estado bruto, puro e original
então saudei ao mundo
com meu choro e a dor aguda
de quem renascia
e, de novo,
nada mais compreendia.
* Para Vavá que me fez crer, por dezesseis anos, que eu não estava perdida no espaço...
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
morta viva
tonta
observa em si
seus mortos.
estabelece um trato
com o mal
e queima os portos.
finge não ter medo do contorno do tempo
adiantando-se ao nada.
é noite
em pedaços solitários
espalhados pelo quarto
ela chora convulsiva
sabendo-se tão morta
quanto viva.
observa em si
seus mortos.
estabelece um trato
com o mal
e queima os portos.
finge não ter medo do contorno do tempo
adiantando-se ao nada.
é noite
em pedaços solitários
espalhados pelo quarto
ela chora convulsiva
sabendo-se tão morta
quanto viva.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
porque hoje é sexta...
o fraco
inveja o vadio
que forte
fartou-se da farda
furtou-se ao trabalho
e foi visto feliz
fervilhando
na maior fuleragem.
inveja o vadio
que forte
fartou-se da farda
furtou-se ao trabalho
e foi visto feliz
fervilhando
na maior fuleragem.
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Falso brilhante?
disponível em http://desvendandominhaalma.blogspot.com/2011/04/minha-mascara.
Quero romper esse cristal
quebrar o padrão
elaborado no curso
de educação sentimental com duração de 38 anos.
Quero outros planos
divergir dos filmes e canções de amor
que falam de dores e suores e tremores
e valores que meu peito
já não quer saber de cor.
Quero inventar um jeito
de viver a paixão alucinada
sem depois me espalhar pela estrada
espedaçada,
pedregulho,
menor.
Então pergunto, meu amigo:
você vem comigo
pra ver se eu consigo?