I
eu não percebi o naufrágio
quando acordei
era sal e sol pra todo lado
tudo desfazendo-se
tudo decretando obsolecência da matéria
II
entre bits e bites
gente não se fala mais:
se visita em salas virtuais
e troca carinhos
com carinhas pontuais
belo poema reflexo desse nosso tempo de agora
ResponderExcluiro mote é: Como ser materialista na era da internet?
ResponderExcluireu sou materia lista de matérias
ResponderExcluirtais
que não há país onde me acante
a paz que comigo trago
não tem sementes
e se esfuma
a ira dos dementes
não me inaugura
a cura da minha mordida
é o sólido patrimônio que se guarda
até o cúmulo
mas é de túmulo
que o acúmulo das minhas lembranças
é feito
e se não deito
teu corpo ao solo
me colo ao teu colo
e te faço sofrer do que não tens
eu sou a angústia
do não vivido
eu sou a libido
do que você perde
Quandou saiu
ResponderExcluirlevava a lista
ao mercado:
café, cebola, homem
voltou sem compras
nem troco.
Ei, Eli, vc sabe que vc é linda? Adorei o seu poema e adorei sua réplica. Especialmente a lista que foi levada ao supermercado. Tenho a nítida impressão de que além de voltar de mãos abanando, ela veio em farrapos...
ResponderExcluirBeijo
Mibi
mas feliz...
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