terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

para meu amor distante

Da consumação da ausência anunciada,
cento e vinte dias passados.
Vida que voa e quando eu a via indo,
em ti fui toda desesperança.
outrora.

O agora
presente convertendo-se em passado,
futuro em presente,
e outrora
ah, a vida que tivemos!
refiro-me a ela como uma amiga querida
muito conhecida
distante e feliz
uma linda e distante conhecida...
 - naquela despedida
senti como se minha própria vida
estivesse indo um pouco pra longe de mim -

E se foram ligeiras as horas.
Por ora
tenho paciência comigo
com essa cara de quem quer abrigo
refletindo sóbria e solitária embriaguês

por ora
boto os travesseiros no sol e faço votos
de que o sol ignore o mar noturno
e nasça de novo.

por ora
sorrio, bebo, brinco
celebro a vida que ficou e essa saudade nova
invencível,
imortal!
Essa saudade nova que nem lápide com poema
nem beijo de morena
nem chocolate
nem cinema
podem apagar de vez.

Um comentário:

  1. Eli, estou lendo sua dissertação. É muito boa, parabéns! Está muito interessante, muito bem escrita.

    ResponderExcluir

Diga o que pensou, o que sentiu, se concorda ou não... DIGA ALGUMA COISA!