sábado, 19 de junho de 2010

carta pra tu

A saudade é flor de espinho,
harmonia em desalinho,
e desejo de mais viver.

Também sinto
- sempre sinto -
da boca em boca,
mão em mão,
suavidade de pele,
carinho que me revele,
do que foi
e não foi feito.

- da quenturinha no peito
e um sentido de conforto...

saudade, amor,
só não sente
quem é morto...

2 comentários:

  1. na saudade alheia, não se mete a colher... Mas sua manhã gelada me intrigou. Vc está em Sampa?
    Seu poema está lindo, embora o tema seja um tanto "batido", neste poema você realiza a saudade na própria pele do que foi e do que não foi feito e isso é muito lindo, mais que uma saudade etérea ou virtual, é vida, é presença. Um beijo em ambos, Mibi

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  2. Miba
    Tens razão, o tema é batido, mas lá meu peito liga pra isso? Eu deveria ter nascido no XVIII, mas qual! O legal é saber que essa minha saudade em específico é vento que venta em ares insuspeitos, uma fuga pro passado que se mantém em aberto... daí a saudade do que não foi feito, que declarada vira um pedido, não?

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