"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.



quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Ano Novo

Imagem: FutureLife

primeiro é silêncio
quebrado pelo teu gemido
aboiando meus desejos
pelo campo do corpo...

seca
cedo à sede
no lago da tua boca

e voo porque me beija,
brindando minha pele com a tua
sem censura sirvo-me, solta
e me sorves, e me sugas.

Sigo
quando imerso em mim
ponho-me plena, sua, serena,
mergulho no seu corpo,
que ao meu se aferra.

e somos um por um instante
em que saltamos no abismo
desfazendo as horas:
quando urras
e jorras.






7 comentários:

Cora disse...

Gostei das imagens que se formaram na minha cabeça, Bôta. Me dá vontade de escrever tbm! E acho que vou!

Vitor de Araújo disse...

Um mergulho destemido
Dou
Em direção ao mergulho que
Dás
E viramos água
Águas
ÁGUAS

Não há mais sede no lago da tua boca
Carícia pouca pela chuva cai de madura;
Liquidifica e em nossa coleção deságua -
Esta, múltipla e una como tudo e nada

Bebem meus e teus ex-desejos selvagens
Pastoreados pela coragem de ser e cuidar
Agora nossos mas não posses empréstimo
Emprestam-se pro rio do querer reciprocar

Também, nossos são o mar de gozo, de gosto sabido, e louco, a língua, que finca, e que fode, a boca, que morde os prazeres para não deixá-los ir, porque trago, e trago, porque trazes, e tragas, nossa paixão ondeante, e inalo, e inalas, e uso, e usas, nossos cheiros como droga, que vicia, e desliga, e alucina, e sobe, e desce, e balança, e continua a ondear

Elimacuxi disse...

Corita dos meus cuidados, pois escreva e desnude essa tela pra nós! :*

Elimacuxi disse...

Vitor...

com língua delicada
afiro os cantos do verso
e desafio os cantos do corpo
pra te provocar
inspiro mais,
pra conter o cheiro e o instante,
o tempo reage e no seu levante
é um tsunami a me desarmar...

e somos a própria onda gigante
a nos completar
eu água
tu, ar.

abelha rainha disse...

E que assim seja no ano de 2018 ...pelo menos em tempos e lugares

Anônimo disse...

O pertencer não pertencido.. o prazer sem algemas, a alma pequena!! Suficiente e impotente. Amei a poesia, Eli.

Edgar Borges disse...

Eita, nois!