Deus me livre da calamidade
dessa vida sem vontade
vivida assim, na metade.
Deus me livre desse dia
de agonia preguiçosa que se espalha
fazendo tralha de tudo o que eu queria
Deus me livre dessa falta
de desejo
de tanto tanto faz
e desapego e silêncio
que não são paz.
Deus me livre
da indiferença diante da noite sem abraço nem beijo
dessa inconsciência de si
desse olhar colado no asfalto
embaçado num choro tão alto
que meus ouvidos não querem me ouvir...
Deus me livre
de ser livre de querer
porque o viver se perde assim.
Hoje eu peço
especialmente
que Deus
me livre de mim.
"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.
2 comentários:
Lindo poema. Parabéns!
Palavras com sentido aprofundado, gostei!
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