Van Gogh. |
por inconstância, por medo
por excesso de segredo
ou motivo que ignora.
Não venha ventar agora.
Meu tempo hoje é de bonança
então leve sua dança
em silêncio pra bem longe...
Não venha plantar ciúme
nem apagar o meu lume
esquecido de você.
- e não espere outra chance
já morreu nosso romance
te aconselho a me esquecer.
17 comentários:
adorei! Eli como sempre inspirando corações!
Não me diga o que fazer
Nem que eu me dane
E não se engane
Eu sei o que devo ser
Na sua gasta opinião
Nem sempre você tem razão
Quando diz que joguei
Tudo no lixo ou fora
Meu tempo é o agora
E já me desejei
Pra sempre seu
E não sei o que me deu
Nesse momento
Apenas lamento
Não ter dito isso antes
Quando piscavas pra fulanos
E florianos cantantes
Agora foram-se-me os anos
De paciência e pra sua ciência
Isto não é ciúme
Acabou-se a persistência
Fui-me do curtume
diz o quanto eu fui querida
diz que eu era tua vida
e que entregue você estava
diz que paixão mete medo
e por isso você, cedo
por mim mentia e matava
diz ao menos que eu não presto
diz que ainda existe um resto
daquilo tudo em nós dois
diz que eu ouço e acredito
e daí o mais bonito
será o que vem depois...
Agora não adianta vir de sola
Já liguei a vitrola
E nela um Gardel descontrolado
Esparrama pra todo lado
O que fomos e o que não quisemos ser
Eu que só queria viver
O seu perfume e as pegadas
no corpo agora me vejo conter
as palavras de amor deslumbradas
e descer as escadas
buscando prozac e cerveja
e embora não veja
sentido nisso que já sei
posso dizer que menti e matei
não sei bem onde
mas fui morto no último round
voltamos ao início
tu ficas com a cerveja
e eu me quedo com a cereja
do bolo que fomos nós
é cada um pro seu lado
sem mais drama nem lamento?
não finjamos sofrimento:
tudo é tão doce e atroz...
além do mais, deixe disso!
se hoje tomas prozac,
é porque eu tive um ataque
com os teus chás de sumiço...
faltou o verso final, desculpe...
tão mulherzinha
Que mal há num vivente
que se dedica a uma cervejinha
que não é nem a cabidela da galinha
não se deve perder a linha
por tão pouco ingrediente
eu que já fui vidente
das suas vontades
agora junto metades
de memórias
pequenas histórias
de sumiço
Então você vem ciscar no folhiço
Querendo razão e dispensa
Não é bem como você pensa
Não me importo e não to nem aí
É verdade
Mas a palavra final sai daqui
sem saudade
tanta mágoa nesse peito
me falando desse jeito
reclamando seu quinhão
veio ventar novamente
veio arrastando corrente
feito fugido ladrão
a dor parece incurável
e nem amor a suplanta
a noite já se adianta
com maldade implacável
na rota de nosso espelho
rotos feito pobres velhos
brigamos sem ter razão
já é hora de deixarmos
as palavras e o escárnio
bem vinda miss solidão!
Tanta mágoa me afogando o peito
Tentar fugir não é direito
E não há dormir de lado
Que não me lembre a presença dela
O coração de ausência espetado
dentro da noite banguela
perdida que foi a costela
E tem razão a mulher seqüela
Quando diz que esqueçamos
E partamos para o que temos
ou então caiamos na briga
os corpos novamente chocando
como quem compartilha uma biga
num coliseu de lençóis duelando
pela vida ou pelo prazer do duelo
a solidão é nosso perdido elo
ele na dele, eu na minha
como dois galos na rinha
não podemos ficar perto...
decerto sair e dançar
decerto comer e brindar
seria a decisão perfeita
desta feita
pinto a cara e me perfumo
saio sozinha e sem rumo
pra devassar o deserto
peito aberto
não sei se vivo e me aprumo
ou se logo viro fumo
na noite tão sorrateira
depois da terceira dose
já me vem em overdose a vontade de ligar
mas não ligo e amanhã
nos braços de uma cunhã
quando ele despertar
pensará que me perdeu
repetirá que é meu
e pedirá pra eu voltar.
Volto
não volto
prossigo
Persigo
atento
e lamento
não ter voltado
pra que lado fica
a decisão certa
pra que tanta oferta
se não há procura
A minha cura
Seria beija-la toda
Em cada coda
E condado
Por todo lado
E morder-lhe os vermelhos
E esperar que os artelhos
Dela se cravem em minhas costas
E que me deixassem em postas
De vontade saciada
Mas essa malvada
Exige que sacrifique
O meu orgulho
E me purifique
Da teimosia
Não agora
Talvez noutro dia
não ligou, o desgraçado...
ponho de lado essa raiva
ou choro, ouvindo um fado?
adoraria dormir...
é madrugada, três horas
que será que faz agora?
e se aparecesse aqui?
pensando bem, nem ligava
fingia que não ouvia no portão o seu chamado
deixava ele plantado pra aprender a ser gente...
demente!
eu só posso estar doente
pensando nisso tão tarde
essa saudade que arde
minha pele já tão quente...
amanhã, juro, me trato
quero descansar a alma
vou queimar esse retrato
pra recuperar a calma...
'êta duelo arretado'
entre dois grandes artistas
que deixa os leitores extasiados
e com certo medo de deixar comentário balbuciados (como este meu)
é melhor que ler uma revista
Que belo é esse banquete de letras
Duelo que rende mais que uma entrevista
algo bastante estático e belo
como uma bela silhueta.
Três da manhã a tequila
Já sem sal me alquila
Um corpo que passava
Não era importante
Embora nem ressalva
Houvesse no instante
Mas ela não tinha boca
Não tinha braços
Nem a vontade louca
Que abria novos espaços
Bancos de praça e jardins
Átrios de igreja palanquins
E mesmo garagens de loja
Até no meio da soja
Uma vez num galpão
Tudo valia quando a razão
Se liquefazia no nosso
Liquidificador de poço
Acho que estou ficando
Mole e me deixando
Levar pela saudade
Ligo não ligo
Ai que vontade
Não posso me acovardar
Será que ela pensa
em mim meio tensa
Vou telefonar
com ou sem interditos
droga de azar
Acabaram-se os créditos
Bravo!
Aos dois e aos tantos que inspiraram esses versos. A arte imita a vida, da qual o poeta é o maior entusiasta.
Bjs.
Esse silêncio
sufoca meu gesto
envolto em orgulho
ele não me procura
queimei o retrato
as cartas e o resto
mas eu já suspeito
que não tenho cura.
O homem não lembra
das noites infindas?
não lembra dos braços
do chão que era cama?
permanecerá a me por na berlinda?
não retorna por que já não me ama?
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