É
necessário saber que solo é mais fértil
à planta dos pés.
Asfalto ou trilha no mato?
Reta ou fechadas curvas?
Descalço ou de sapato?
Pisando em ovos ou em uvas?
O bom caminho só vem depois.
É preciso optar pelo amargo ou pelo azedo,
decifrar nas papilas o sabor que eriça os pelos
e, sozinha, com cuidado e zelo,
construir a sensação da sobremesa.
A saciedade só vem depois.
Há que se ter argúcia
De mirar
o próprio rosto
e identificar as minúcias
que para a vida dão gosto.
Felicidade só vem depois.
Não me assusto
quando a solidão
sobre mim bafeja:
antes quero descobrir,
com calma vagarosa,
o que meu ser deseja...
tudo o que quero
de um dia
como hoje
é
apreender
o que aos outros foge:
para namorar
alguém,
outrossim,
eu preciso antes
namorar a mim.
6 comentários:
Lindo, Eli! O mais bonito que li até hj sobre o tal dia dos namorados... Vou usar como "receita" e "caminho" e tentar, como vc, minha querida poeta, não me assustar "quando a solidão sobre mim bafeja". Amo-te. beijos. Mi
So vc pra falar de uma data tao piegas e conseguir ser linda e sincera, como tudo que faz, Adorei Eli <3
kalyua
Linda demais! Eli vc é 10!!!!!!!!!!!!!!!
Eu me encaixo nessa poesia, perfeita!!!!!!!!!!!!
Hoje o dia pede!Até pra quem estar sem...rrsrsrrs
parabéns pelas sábias palavras
Linda demais! Eli vc é 10!!!!!!!!!!!!!!!
Eu me encaixo nessa poesia, perfeita!!!!!!!!!!!!
Hoje o dia pede!Até pra quem estar sem...rrsrsrrs
parabéns pelas sábias palavras
Nossa que linda linda linda, eu amei maninha, um sorriso que despertou em meu ser ao simplesmente sua poesia ler....Giih
O dia dos namorados passou
e um poema não foi publicado
a sua carne mais branca
amassada de travesseiro
esperando a tinta do desejo
quedou-se na lata de lixo
da inutilidade simbólica
Os orgasmos abandonados
na prateleira mais alta
dos sons animalescos
esqueceram de existir
Os cheiros da importância
do outro na existência do eu
a vaca do tempo lambeu
ou derramou no chão memória
Agora resta saber se virá um dia
num pote no final do arco
da tua íris ou no barco
em que é preciso navegar
um fortuito encontro ou lugar
em que a paisagem insaciada
pela beleza da boca molhada
se transforme em mar agitado
ou em represa que arrebenta
e que uivando se reinventa
todo dia em todo lugar
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