I
uma canção de urgência
pôs-me o coração na boca
e o amor em indigência
II
outra canção,
de distância,
exilou-me da esperança
III
quando as horas bateram trôpegas
alarmes que não tocaram
calaram definitivamente a razão
IV
amanhecera o sábado
sem motivo algum
para ir ou ficar.
V
fui olhar o rio pra lembrar
que eu também passo
a pressão dos meus presságios sugeriu
- não tenha pressa...
VI
segunda, seguindo
e me afago
e me afogo
no a mar.
"Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana." (Huizinga, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 5ed. Saão Paulo: Perspectiva, 2007)
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.
De todos os brinquedos que a vida me deu, o que mais me cativou foi o de jogar com as palavras. O jogo se faz completo quando escrevo e alguém replica, quando replico o que escrevem... É na intenção de reunir jogadores e assistência, que meu blog é feito.
3 comentários:
Isso de olhar a água passar é bom. Lembro quando morei no interior de São Paulo, em Mogi das Cruzes; caminhava até o Parque Centenário, mas ainda assim sentia uma falta imensa de um rio. De ver a água passar e junto com ela minha vida. Curta ou longa, ver ela passar com a água me ajuda a organizar um pouco as coisas.
passaremos todos, afinal. mas enquanto estamos parece um eterno lutar contra a corrente... beijo, Ágda!
Às vezes, nada melhor do que calar definitivamente a razão. Muitos lindos todos os VI atos!
Postar um comentário