Há algo de poético
Em contemplar vísceras?
Algo de perscrutar-se a vida
Que ávida, dali se pôs ausente?
Há algo de poético em escolher palavras
Quando a boca cala
O que o olhar insinua
E a alma sente?
Há algo de poético em dissimular
Lembrar e esquecer
O limite que, seguro,
Se quer exceder?
Respiro e tremo.
De alma mais que de corpo.
Não há resposta, temo,
Para o que não se inquire,
Para o que nasce morto.
Estou certa de que há poesia em se viver.
No que se nota, ouve, sente e vê.
Há algo de poético,
sobretudo no poder de imaginar
Sob o desejo que corta a pele feito faca
O ter
O outro ser.
2 comentários:
Ainda bem que descobri..é o tipo de coisa que tem que se ler anter de morrer :D
Marina
E porque eu não vim cá ler seu poema antes de dizer no meu blog que a vida estava completamente sem poesia?
Pouco importa. Roubarei um pedaço do teu verso pra mostrar o tipo de poesia que sinto falta.
=D
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