domingo, 20 de novembro de 2016

Nossa missa

"nas manhãs de domingo, vejo flores em você"

verti as taças possíveis
lânguida
lambi a noite
jardinei-me em promessas
e tu me ouvias
mergulhada no rio da memória
desses dezesseis anos
e quinze dias

é culto de muitas horas
te adoro
me adoras
a pele e os lábios
precisos e em prece
destroem os cansaços
e tropeçamos nos braços
que a vida oferece

do outro lado da cortina
o dia raia impassível
e eu de bruços recebo
as lições e os laços
a conceber:
o presente é canoa
que por ora conduzimos
querendo reflorescer.

2 comentários:

  1. "Eu não sou água pra me tratares assim, só na hora da sede é que procuras por mim..."������(A fonte secou - Paulinho da Viola)

    Aras minha pele
    Com promessas e gozo
    Pois sabes que no fundo do poço
    Eu também sou água

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    Respostas
    1. Noutragua noturna navego
      Produzindo perplexidade na pele
      o calor não cede
      Pelejando perto do porto
      Por prazeres puros em rede
      Por pílulas pretas
      E plantas e peixes
      de matar a sede.

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