segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Poema de primavera















Quando venta
e o vento traz assim, de longe
uma palavra tua, doce irmã,
eu, que ao amor respeito,
suspeito que entre nós ele é espada de são jorge
é espada de iansã,
é lança de ogum:
raízes fincadas, parece seco mas resiste vivo
no peito, na pele, na cabeça...

transformado
se espalhou à beça
e espera, espreita
um encontro ou dois
um par de noites
um samba, um bolero
um brega
para atiçar depois
sob o açoite do desejo
renovada entrega.

talvez seja isso,
basta um morno e úmido beijo
pra irromper, de novo, um verde broto
amor maroto de quilate raro:

fruto maduro
dentro de nós.

 

3 comentários:

  1. Eli,

    Belo poema. Com o perfeito sentido da poesia.
    Sinceramente.
    Sempre escreve?

    F.Petros

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  2. obrigada, queridos pelos comentários. Sim, Francisco, o blog é dedicado especialmente à difusão digital do meu trabalho literário. Abraço!

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