segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Desavenida.

Rufavam tambores e peitos
explodindo em sorrisos multicores.

Eu não.
Com os dentes
desfiz em vermelho
fiapo por fiapo
a lembrança daquela carne.

Permiti que o fogo do tempo
tostasse lentamente qualquer esperança
e embora o couro que embala
surdamente meu pacote de neurose
pedisse ansioso por nova dose,
samba que dá vida à vida,
pele que à razão repele, atrevida... 
e embora emoções e pensamentos tenham estado
tão loucamente desorientados no chão das horas,
não pude mais
engoli em seco

e fui embora.

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