Fartou-se no banquete de uma noite
cheirou, tocou, esfregou, arranhou
energicamente
lambeu, sugou,
mordeu, deglutiu.
Raiaram-lhe depois
as razões e o dia:
e era finda a poesia.
À noite, entretanto,
quando só, no quarto quase escuro,
ainda mete os dedos na boca,
um por vez
a língua minuciosa, escavando os cantos
em busca de um sabor que revele
um resquício daquela pele.
Consome-se assim, há semanas
dispensou o uso de pijamas
e já não lhe resta nenhuma
de suas falanges distais.
É noturna e disforme essa fome, fome, fome...
dessas que enlouquecem a um homem
dessas
que ninguém sente mais.
Até deu fome... pense em um banquete farto! Com os olhos degustei, hahahahaha
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