Era arrastada pela criança pelos cantos da casa
jogada pra todo lado
as cores de origem perderam a vida
encardidas...
"essa sujeira é a memória
de todas as brincadeiras"
- pensou-
sentou-se na calçada em frente à praça
a boneca no colo, quase caída em desgraça
e pareceria calma,
não fosse o susto
estampado na cara
apertando-lhe o peito.
trouxe consigo pano, agulha e linha:
(um comprimido aqui,
uma fotografia ali,
um abraço lá)
seria preciso esquecer do tempo
por isso lavaria a memória com muita poesia
e em breve - era a esperança que tinha,
surgiria de suas próprias mãos
a boneca reformada:
já tão velha
e tão novinha.
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