segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Do Birdman em mim.

Olha
as ervas daninhas tomam quase tudo
a nova cova da cachorra velha
se pronuncia sob a aceroleira
você lança seus crivos
as roupas jogadas sobre a cama
a secura das folhas da roseira
há essa poeira espessa sobre os livros
uma das samambaias está mais linda do que nunca
e nenhuma mini-margarida se anuncia desabrochada.

Da casa não paga
distante, sobre a serra
notícias de um gato morto
da madeira empesteada.

O sol volta, claro,
ignorando a tudo
o mundo segue seu curso
como você sabe que é e que será.

Pode verter esse mar dos olhos
pode liberar o mar vermelho dos pulsos
podes tudo, "inclusive nada"
simplesmente esconder-se no quarto escuro
ao som do ventilador que move o ar:
o ar
seguirá seu curso,
impassível.

E embora e porquê não sinta nada
você sabe profundamente
que tudo, tudo, tudo
é desprovido de sentido
e que de nada adianta
ficar repassando esse texto
porque a peça deveria ser outra
e antes da estreia fatal
não há nem haverá expectador
além de você
para esse ensaio
de ausência.



3 comentários:

  1. puta que pariu que coisa linda! Texto pau, leitor-vagina dilecera, morde cona morde orelha, deixa a mente desvairada, adorei, apenas! Salve Eli, Essa louca de palavras insanas, esse poema, como diria Hilda Hilst é uma banana! No fim somos pássaros, loucos por bananas!
    :)

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  2. Teatro de dores
    Sob as penas da jaçanã
    A fuga se esvaiu
    E o resto a borra
    O que sobrou e necessita suportar-se
    Somos nós

    Carinho eterno a ti, guerreira

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  3. Teatro de dores
    Sob as penas da jaçanã
    A fuga se esvaiu
    E o resto a borra
    O que sobrou e necessita suportar-se
    Somos nós

    Carinho eterno a ti, guerreira

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