domingo, 28 de junho de 2015

Há tarefas que se misturam
na queda da tarde de domingo
o bem-te-vi segue roubando a ração das cachorras
o céu está azul e a pilha de trabalhos se eleva ao meu lado
e eu penso que tanto azul não cabe em mim meu deus!
e essa terra toda e essas flores todas
esse domingo inteiro que me implode
nesse olhar pra dentro que impávido e certeiro
se despeja destruindo cada gota de esperança
sigo
dando por dissecado,
cada passo.

Não se restauram em mim os tendões partidos
algo perdido longe longe longe...
meu deus sabe onde, meu deus!?

E não foi vinho nem cachaça
não foi lua nem desgraça
não foi rua acesa, nem ferida aberta
não há explicação pra essa lágrima presa
pra essa alma completamente deserta.

Morre o domingo lentamente
e é esse puro azul quem me arrasa.

2 comentários:

  1. Um dia que começa
    E me acaba

    Tão cruel que tira o varal das roupas
    Quebra o silêncio que me dava sono
    E me dá ansiedade sem motivo algum

    Um domingo qualquer
    No meio de qualquer um

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  2. Iguais
    embora desiguais
    e
    embora indo embora
    em silêncio e sem paz
    vão seguindo
    de domingo
    a domingo

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