terça-feira, 11 de março de 2014

Oral

me aqueço na manhã preguiçosa
cobrindo de pele
os beijos

lábios lentos
roçando palavras
suaves, sedentos

o vento, velho libidinoso
lambe desavergonhadamente
uma cortina
e a luz penetra silenciosa
quando dispenso o trabalho da retina

pois é de puro breu
essa hora torpe que me bate
me alucina e morre à míngua
em que renasce a doce prosa
feita com a tua e a minha língua.

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