quarta-feira, 1 de maio de 2013

Carta pra mim

Então você se encanta. Conta as horas, acata o coração.
Então você move ventos e vidas, você voa, vai atrás.

Então o tempo passa.
E o tempo pára com você e te faz descobrir que há algo a dizer.
Então você passa. E percebe que não há ninguém pra ouvir
o gemido surdo
do medo no seu peito confinado.

Então você desencanta.
Pudesse e arrancava o coração.
Você estanca, as horas não passam.
Você se verte e encharca o chão.

No espelho das palavras não se encontra,
olha para o céu e vê magenta.

Não importa o tempo, querida,
há tempos você não se aguenta!

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