todo dia luz
e a claridade tanta
daquele amor o cegava
um dia amanheceu treva
comeu e cuspiu no prato
pisou no rabo do gato
gastou desdenhou rompeu
fez com o amor uma mancha na parede
pra lembrar que o mundo é rude
e não varia
afogou-se
e morreu de sede.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Despreparo
quantas patas têm
as formigas do teu desdém?
em mim procuram comida
açúcar, trabalho, guarida?
por ora descanso
bebendo formicida.
as formigas do teu desdém?
em mim procuram comida
açúcar, trabalho, guarida?
por ora descanso
bebendo formicida.
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Processada
cansada
de fazer cara de fada
para o falho, o feio e o fútil
cansada de fazer finuras
a quem nada entende
cansada de fingir
que fiascos são festas
admito
há certa crueldade mesmo
em dizer cada palavra
proferir verdades
como quem joga facas
há vingança
contra o que é vil
e sem valor.
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Saudade
Sua pele limpa
cheirava tão bem...
eu enchia
os pulmões de alegria.
Seduzida
fiquei tonta
e mudei de vida.
Te comia com os olhos.
Habitando em você
satisfeita e orgulhosa
quis ser tua filha, tua amante
tua esposa e namorada
eternamente apaixonada.
Hoje pela manhã
antes mesmo do sol nascer
junto do vento que te visita em janeiro
busquei-te, ávida.
E o dia inteiro
me corrói a dúvida dolorida:
onde está você, doce menina florida?
cheirava tão bem...
eu enchia
os pulmões de alegria.
Seduzida
fiquei tonta
e mudei de vida.
Te comia com os olhos.
Habitando em você
satisfeita e orgulhosa
quis ser tua filha, tua amante
tua esposa e namorada
eternamente apaixonada.
Hoje pela manhã
antes mesmo do sol nascer
junto do vento que te visita em janeiro
busquei-te, ávida.
E o dia inteiro
me corrói a dúvida dolorida:
onde está você, doce menina florida?
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
desamor
ali estava eu
unhas e boca vermelhas
cerejas oferecidas
pra essa e outras vidas
ali estava você
cego surdo mudo torpe
mau, sisudo, roto e só
puro pó
era de um desprezo louco
o destino rouco que me rugia
e eu não fugia.
o dia reverso
ressurgiu perverso
e claro de terror:
desbotadas cores,
cerejas murchas,
desamor.
unhas e boca vermelhas
cerejas oferecidas
pra essa e outras vidas
ali estava você
cego surdo mudo torpe
mau, sisudo, roto e só
puro pó
era de um desprezo louco
o destino rouco que me rugia
e eu não fugia.
o dia reverso
ressurgiu perverso
e claro de terror:
desbotadas cores,
cerejas murchas,
desamor.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Insaciável
a verdade
é que te anseio
vivencio
e me vicio
por isso
- a qualquer preço -
negocio teu ócio
por isso
-sempre que posso -
te alicio
sim,
meu vício
é nosso cio