sábado, 1 de dezembro de 2012

Vento

Van Gogh. 















Você jogou tudo fora
por inconstância, por medo
por excesso de segredo
ou motivo que ignora.

Não venha ventar agora.

Meu tempo hoje é de bonança
então leve sua dança
em silêncio pra bem longe...

Não venha plantar ciúme
nem apagar o meu lume 
esquecido de você.

 - e não espere outra chance
já morreu nosso romance
te aconselho a me esquecer.

17 comentários:

  1. Não me diga o que fazer
    Nem que eu me dane
    E não se engane
    Eu sei o que devo ser
    Na sua gasta opinião
    Nem sempre você tem razão
    Quando diz que joguei
    Tudo no lixo ou fora
    Meu tempo é o agora
    E já me desejei
    Pra sempre seu
    E não sei o que me deu
    Nesse momento
    Apenas lamento
    Não ter dito isso antes
    Quando piscavas pra fulanos
    E florianos cantantes
    Agora foram-se-me os anos
    De paciência e pra sua ciência
    Isto não é ciúme
    Acabou-se a persistência
    Fui-me do curtume

    ResponderExcluir
  2. diz o quanto eu fui querida
    diz que eu era tua vida
    e que entregue você estava
    diz que paixão mete medo
    e por isso você, cedo
    por mim mentia e matava
    diz ao menos que eu não presto
    diz que ainda existe um resto
    daquilo tudo em nós dois
    diz que eu ouço e acredito
    e daí o mais bonito
    será o que vem depois...

    ResponderExcluir
  3. Agora não adianta vir de sola
    Já liguei a vitrola
    E nela um Gardel descontrolado
    Esparrama pra todo lado
    O que fomos e o que não quisemos ser
    Eu que só queria viver
    O seu perfume e as pegadas
    no corpo agora me vejo conter
    as palavras de amor deslumbradas
    e descer as escadas
    buscando prozac e cerveja
    e embora não veja
    sentido nisso que já sei
    posso dizer que menti e matei
    não sei bem onde
    mas fui morto no último round

    ResponderExcluir
  4. voltamos ao início
    tu ficas com a cerveja
    e eu me quedo com a cereja
    do bolo que fomos nós
    é cada um pro seu lado
    sem mais drama nem lamento?
    não finjamos sofrimento:
    tudo é tão doce e atroz...

    além do mais, deixe disso!
    se hoje tomas prozac,
    é porque eu tive um ataque
    com os teus chás de sumiço...

    ResponderExcluir
  5. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  6. faltou o verso final, desculpe...

    tão mulherzinha
    Que mal há num vivente
    que se dedica a uma cervejinha
    que não é nem a cabidela da galinha
    não se deve perder a linha
    por tão pouco ingrediente
    eu que já fui vidente
    das suas vontades
    agora junto metades
    de memórias
    pequenas histórias
    de sumiço
    Então você vem ciscar no folhiço
    Querendo razão e dispensa
    Não é bem como você pensa
    Não me importo e não to nem aí
    É verdade
    Mas a palavra final sai daqui
    sem saudade

    ResponderExcluir
  7. tanta mágoa nesse peito
    me falando desse jeito
    reclamando seu quinhão
    veio ventar novamente
    veio arrastando corrente
    feito fugido ladrão

    a dor parece incurável
    e nem amor a suplanta
    a noite já se adianta
    com maldade implacável

    na rota de nosso espelho
    rotos feito pobres velhos
    brigamos sem ter razão

    já é hora de deixarmos
    as palavras e o escárnio
    bem vinda miss solidão!

    ResponderExcluir
  8. Tanta mágoa me afogando o peito
    Tentar fugir não é direito
    E não há dormir de lado
    Que não me lembre a presença dela
    O coração de ausência espetado
    dentro da noite banguela
    perdida que foi a costela
    E tem razão a mulher seqüela
    Quando diz que esqueçamos
    E partamos para o que temos
    ou então caiamos na briga
    os corpos novamente chocando
    como quem compartilha uma biga
    num coliseu de lençóis duelando
    pela vida ou pelo prazer do duelo
    a solidão é nosso perdido elo

    ResponderExcluir
  9. ele na dele, eu na minha
    como dois galos na rinha
    não podemos ficar perto...

    decerto sair e dançar
    decerto comer e brindar
    seria a decisão perfeita
    desta feita
    pinto a cara e me perfumo
    saio sozinha e sem rumo
    pra devassar o deserto

    peito aberto
    não sei se vivo e me aprumo
    ou se logo viro fumo
    na noite tão sorrateira

    depois da terceira dose
    já me vem em overdose a vontade de ligar
    mas não ligo e amanhã
    nos braços de uma cunhã
    quando ele despertar
    pensará que me perdeu
    repetirá que é meu
    e pedirá pra eu voltar.

    ResponderExcluir
  10. Volto
    não volto
    prossigo
    Persigo
    atento
    e lamento
    não ter voltado
    pra que lado fica
    a decisão certa
    pra que tanta oferta
    se não há procura

    A minha cura
    Seria beija-la toda
    Em cada coda
    E condado
    Por todo lado
    E morder-lhe os vermelhos
    E esperar que os artelhos
    Dela se cravem em minhas costas
    E que me deixassem em postas
    De vontade saciada

    Mas essa malvada
    Exige que sacrifique
    O meu orgulho
    E me purifique
    Da teimosia

    Não agora
    Talvez noutro dia

    ResponderExcluir
  11. não ligou, o desgraçado...
    ponho de lado essa raiva
    ou choro, ouvindo um fado?
    adoraria dormir...
    é madrugada, três horas
    que será que faz agora?
    e se aparecesse aqui?
    pensando bem, nem ligava
    fingia que não ouvia no portão o seu chamado
    deixava ele plantado pra aprender a ser gente...
    demente!
    eu só posso estar doente
    pensando nisso tão tarde
    essa saudade que arde
    minha pele já tão quente...
    amanhã, juro, me trato
    quero descansar a alma
    vou queimar esse retrato
    pra recuperar a calma...

    ResponderExcluir
  12. 'êta duelo arretado'
    entre dois grandes artistas
    que deixa os leitores extasiados
    e com certo medo de deixar comentário balbuciados (como este meu)

    é melhor que ler uma revista
    Que belo é esse banquete de letras
    Duelo que rende mais que uma entrevista
    algo bastante estático e belo
    como uma bela silhueta.

    ResponderExcluir
  13. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  14. Três da manhã a tequila
    Já sem sal me alquila
    Um corpo que passava
    Não era importante
    Embora nem ressalva
    Houvesse no instante

    Mas ela não tinha boca
    Não tinha braços
    Nem a vontade louca
    Que abria novos espaços

    Bancos de praça e jardins
    Átrios de igreja palanquins
    E mesmo garagens de loja
    Até no meio da soja
    Uma vez num galpão

    Tudo valia quando a razão
    Se liquefazia no nosso
    Liquidificador de poço

    Acho que estou ficando
    Mole e me deixando
    Levar pela saudade

    Ligo não ligo
    Ai que vontade

    Não posso me acovardar
    Será que ela pensa
    em mim meio tensa

    Vou telefonar
    com ou sem interditos

    droga de azar
    Acabaram-se os créditos

    ResponderExcluir
  15. Bravo!
    Aos dois e aos tantos que inspiraram esses versos. A arte imita a vida, da qual o poeta é o maior entusiasta.
    Bjs.

    ResponderExcluir
  16. Esse silêncio
    sufoca meu gesto
    envolto em orgulho
    ele não me procura
    queimei o retrato
    as cartas e o resto
    mas eu já suspeito
    que não tenho cura.

    O homem não lembra
    das noites infindas?
    não lembra dos braços
    do chão que era cama?
    permanecerá a me por na berlinda?
    não retorna por que já não me ama?

    ResponderExcluir

Diga o que pensou, o que sentiu, se concorda ou não... DIGA ALGUMA COISA!