Da consumação da ausência anunciada,
cento e vinte dias passados.
Vida que voa e quando eu a via indo,
em ti fui toda desesperança.
outrora.
O agora
presente convertendo-se em passado,
futuro em presente,
e outrora
ah, a vida que tivemos!
refiro-me a ela como uma amiga querida
muito conhecida
distante e feliz
uma linda e distante conhecida...
- naquela despedida
senti como se minha própria vida
estivesse indo um pouco pra longe de mim -
E se foram ligeiras as horas.
Por ora
tenho paciência comigo
com essa cara de quem quer abrigo
refletindo sóbria e solitária embriaguês
por ora
boto os travesseiros no sol e faço votos
de que o sol ignore o mar noturno
e nasça de novo.
por ora
sorrio, bebo, brinco
celebro a vida que ficou e essa saudade nova
invencível,
imortal!
Essa saudade nova que nem lápide com poema
nem beijo de morena
nem chocolate
nem cinema
podem apagar de vez.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
sábado, 12 de fevereiro de 2011
passeio de bicicleta
O sol
se pondo impunemente
com pressa e desprezo
nem se abalou
diante da queda
de meu rosto ralado na pedra
e do fim do que teria sido
o início
de um perfeito
fim de semana
se pondo impunemente
com pressa e desprezo
nem se abalou
diante da queda
de meu rosto ralado na pedra
e do fim do que teria sido
o início
de um perfeito
fim de semana
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Furiosa
Eu não sei ignorar a raiva.
Implodo castelos
quebro cristais
derreto a prataria:
de tudo
o que de melhor
tenho,
desdenho.
Implodo castelos
quebro cristais
derreto a prataria:
de tudo
o que de melhor
tenho,
desdenho.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Ventania
voam encantos imprevisíveis
comoventes estranhezas
fixam-se marcos e mapas na pele
- carícias suaves e pequenas violências.
taça após taça
a garrafa seca
o tempo passa.
fevereiro ferve sob novas exigências
férias fenecem
florecem novas falhas
a vida
ventania e vinha
infinito janeiro.
comoventes estranhezas
fixam-se marcos e mapas na pele
- carícias suaves e pequenas violências.
taça após taça
a garrafa seca
o tempo passa.
fevereiro ferve sob novas exigências
férias fenecem
florecem novas falhas
a vida
ventania e vinha
infinito janeiro.