quarta-feira, 17 de novembro de 2010

história de uma viagem

que dor é essa
que se esconde sob a pele
disfarça-se de sorriso
e sorrateira
derruba-me 
certeira
com somente uma pancada?

quem sou nestas horas
de riso angustiado -
gargalhada envelope
cobrindo carta anônima e muda?

não me reconheço na manhã mais linda
na hora infinda
de novos poemas
não me reconheço nas palavras de amigos
nos livros antigos
nas coisas pequenas

chove
sob a ensolarada e decidida
que decide pela vida.
subcutânea,
sobrevive a furiosa
louca que grita o desespero
órbitas vermelhas
gutural expressão do horror


 - depois do embate das gêmeas
reparo os pedaços da fêmea
sob olhar inclemente de culpa -


portar no mundo um teto-corpo
abalado pela convivência passional
de vida e morte...

seria sorte?


.

Um comentário:

  1. Não há nada nesse momento que se possa dizer para te confortar. O conforto só vem com o tempo, com a saudade acomodada no peito e a cabeça sendo distraída por coisas simples do dia a dia.
    É claro que sabemos que temos o apoio da familia e de amigos. Que eles sempre vão estar ali, mas eles estarem ali não ameniza muita coisa.
    Lembre das coisas boas, prof. Eli. Do começo, do meio e de começo. Não existe fim quando amamos alguem.

    Um abraço forte!

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