sexta-feira, 4 de junho de 2010

o desejo
é lampejo que mata
o tédio benfazejo.

mas vejo a praia,
agora deserta
e a flor nascitura
de sombra coberta...

já quase sem cor
a imagem post-mortem.
- foi ou não foi amor? -
me gasto no ontem.


imagem: detalhe da ufam 
por eli


.

7 comentários:

  1. obrigado pela visita ao Casa de Paragens, se eu pulso em carne viva, aqui vejo contornos mais sutis, delicadezas irmãs do sublime, mas com tanta força quanto um soco...
    abraços

    ResponderExcluir
  2. meninos
    viver é de fato lindo, não?

    ResponderExcluir
  3. É muito bom ler-te, é assustador e reconfortante. :)

    ResponderExcluir
  4. não gosto de poemas que lançam luz em partes de mim que não gosto. isso seria virtude ou defeito?

    ResponderExcluir
  5. Sulivan, meu bem, o susto vem por mode que?
    e Hélio querido, essa é a aventura!
    beijos pros dois, parceiros amados.

    ResponderExcluir
  6. Tá lindamente dúbio, Eli. Viver o ontem é de fato um modo de vida. Gozá-lo, revirá-lo, ir matando-o aos poucos, até que se presentifique de vez, é uma linda forma de alienar-se do presente cujas sombras, benfazejas ou não insistem em se alongar.
    Por outro lado, o passado se gasta, em sua essência, à medida em que é usado, vivido, reencarnado, e morre, enquanto passado, tornando o presente uma aventura aberta, sem lastros, sem rastros, sem quilhas. Uma trilha aberta no oceano. Um lampejante tsunami de desejos mortais, para quem vive apenas um presente sem sal. Eu, pelo meu lado co-pulante, me "A"gasto no passado...

    ResponderExcluir

Diga o que pensou, o que sentiu, se concorda ou não... DIGA ALGUMA COISA!