Mulher na frente do Sol. Juan Miró, 1950. |
Cansaço crônico.
Medos e enfermidades diversas
as ansiedades e dores que não cessam.
A pele dividida
não sabendo se quer vincar,
ressecar, esticar até rachar
ou sobrar em pelancas
exagera e toma as três formas
em diferentes espaços do corpo.
O corpo
companheiro alquebrado do processo
chamado vida
elabora saídas inteligentes
para seguir inteiro.
Ensinei à mente que o tempo perdido não volta,
é lição sabida.
Oleira de mim
moldo contínua e incansavelmente
o ego/barro
para que abra mão da razão
para que se quebre e vá
e deixe ir.
Leve
o espírito quer unir-se cada vez mais
ao que é belo, eterno e positivo
a amizade, o amor, a saúde e a paz
do eterno devir.
Ando cultivando sinceras curiosidades
há quem por mim, mais que eu,
nesse momento, zele?
porque o sapo se enterra?
qual é o tempo da pitanga?
quem mandou matar Mariele?
Sigo
descobrindo com prazer o que não procurei
que cor toma a pétala no quarto dia do florescer?
se provocada, devo mesmo responder?
são mesmo horríveis todas as coisas que até aqui repeli?
posso continuar extirpando a angela
e sendo só a Eli?
Benvindo julho que inicia o ano novo
Vem sol, vem logo ocupar minha primeira casa
seca e renova as asas
aquece e energiza cada célula
cada sentir e pensar, que nesse corpo,
são seus e meus.
E que a cada ano eu possa me descobrir mais livre
E a cada respirar eu me descubra mais Deus.