O sol se esvaindo em raios
pelo Malecón Habanero
o vento cortando os ossos
no morro da Agronômica
é até irônica a memória
da pele envolvida
em abraços tão doces e sãos.
Retinas repletas do concreto
coberto de arte
e pés que recordam
areias brancas cobertas de águas claras
por toda a parte.
Por dentro o rum e o tabaco, a lagosta e o camarão
o sushi e a caipikiwi,
fumo do bom,
vinho e carinho,
filhos de amigos e irmãos.
Nesses dias em que me doo
e em que a mim se doam
tantos e tão bons
sinto, furiosa e a muitas mãos
a vida construída
Olho pra trás
e agradeço imensamente que me afague,
tão lenta e poderosamente
essa nuvem que só de amor me recobre.
*Para Jam, Aldenora, Tuco, Edu, Heitor, Cris e Thálion, que me cobriram de amor, essa bênção tão rara.