quando toca
a lira do meu desejo
delira em mim o delito
soa selvagem meu grito
em gesto ardente e sem pejo
quando ele vibra
cada fibra do que sou se estira
o sol atira seus raios
nos medos
e segredos vários
expiram
quando soam
essas notas infernais
os meus poros invadidos
são esgotos de gemidos
engastados no azul da madrugada
se ele soa eu silencio
e mais nada.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
terça-feira, 28 de agosto de 2012
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Maior
Amar o amor é meu jeito de sentir a eternidade
Por isso, amiga querida, esqueça a idade
quando eu, velhinha, chorar por amor
e não me lembre que estou démodé...
Minha vida inteira foi essa ilusão
correr e jogar tudo pelo chão
em troca de companhia sincera e desapressada.
Desmanchada em carinho, sexo, beijo, saliva
suor, cansaço, abraço, mão
busco, enquanto viva
um tempo de conforto para o destemperado coração.
Não tem problema,
é esse o tema de minha existência,
serei assim, e mesmo velha,
permanecerei em busca da primeva centelha
capaz de amar e reamar e mais amar
até que os dias pareçam insanos
e no fim
se o amor provocar em mim maiores danos
vou sofrer dores atrozes e fatais
me afogar em ais e ais
até que o tempo passe e apague tudo
que os olhos vertam litros
que lavem a alma e levem a dor.
Eu ficarei, de novo, à cata
de olhos, pensamentos, palavras
mãos e poros ávidos
de novos dias de poesia e gozo.
E morrerei feliz se ainda estiver esperando
com alegria e saudade
a visita do companheiro ideal
quem me dá sentido
e mantém meu pensamento renovado
aquele que sempre foi o verdadeiro
e único amado:
o maior,
o amor.
*poema que escrevi em 2008, para Blenda. Serve hoje ao Roberto Mibielli, por ter cometido seu "Autoajuda".